quarta-feira, 29 de abril de 2009

Centro de Recuperação Valentes de Gideão é Denunciado pelo Coletivo da Luta Antimanicomial





Sábado, 28 de Março de 2009

Materia do jornal A Tarde

Centro para doenças psiquicas é flagrado em condição irregular
Luana Gomes, do A TARDE

Maus-tratos, infraestrutura precária, falta de profissionais de saúde e cárcere privado. Estas foram algumas das irregularidades constatadas no Centro de Recuperação Valentes de Gideão, que mantém 121 homens acima de 18 anos, entre doentes mentais e dependentes químicos, no município de Simões Filho. A vistoria-surpresa foi realizada na quinta-feira, dia 12, pelos conselhos regionais de Psicologia e de Serviço Social, acompanhados das entidades Núcleo de Estudos pela Superação dos Manicômios (NESM), Associação Metamorfose Ambulante de Usuários e Familiares de Serviços de Saúde Mental (AMEA) e GT Estudantil da Luta Antimanicomial Eduardo Araújo, que chegaram ao local por meio de uma carta-denúncia anônima.

A equipe foi recebida pelo pastor Jorge Barbosa, responsável pela administração do local. O primeiro ponto vistoriado foi, segundo Barbosa, “onde os doentes mais críticos são alojados”. Ele não explicou os critérios de triagem. Após três portões de ferro, os profissionais tiveram acesso a 60 internos descalços, muitos sem camisa e outros de cueca, que vagavam sem ocupação. Lá, o acesso à água é através de uma bacia no chão com canecas boiando, onde todos bebiam sem restrições.

Médicos – Segundo o pastor, um único médico, o clínico geral Getúlio Dórea Mendes (CRM 5743), é responsável pelos internos da instituição. “Ele comparece três vezes na semana. Os mais graves, encaminha para o doutor Luís Leal, um psiquiatra que atua na cidade”, afirmou Barbosa. No consultório, “seringas descartáveis abertas guardadas em copos plásticos para reutilização, falta de prontuários médicos e remédios, em sua maioria amostras grátis, sem armazenamento adequado, alguns em sacos colocados no chão”, observou Marcus Vinícius de Oliveira (NESM).


segunda-feira, 6 de abril de 2009

A PRIMEIRA PARADA !


18 DE MAIO DE 2008

As comemorações pelo dia de luta antimanicomial em Salvador culminaram neste sábado com a 1ª Parada do Orgulho Louco, realizada do Porto ao Farol da Barra, com a participação do Ilê Ayê e atividades de dança, música e circo, além de uma feira de artesanato que comercializou produtos de oficinas com pacientes de saúde mental da capital baiana.

O dia 18 de maio é comemorado por profissionais, usuários, familiares e militantes da área de saúde mental, desde 1987, quando um grupo de profissionais de saúde lançou um movimento nacional centralizado em Bauru (SP), com o lema "Por uma sociedade sem manicômios". O movimento luta pelo cumprimento da Lei 10.216 de 2001, que normatiza a Reforma Psiquiátrica. Em síntese, a reforma representa a implantação de uma rede de serviços substitutivos aos manicômios.

Em Salvador, durante toda a semana, atividades esportivas, mostras de vídeo, palestras e debates homenagearam a data. Entre as atividades, o destaque foi uma sessão especial na câmara municipal com a participação do secretário municipal de Saúde, José Carlos Brito, e o presidente da Associação Psiquiátrica da Bahia, Bernardo Assis.

Segundo a vereadora Aladilce de Souza, da comissão se Saúde da Câmara Municipal, a situação de implantação da reforma psiquiátrica no Estado está entre as piores do País. Segundo ela, que promove há quatro anos a sessão temática sobre o assunto, a homenagem tem entre seus objetivos manter a chamada luta antimanicomial acesa. "A proposta da luta é mudar também o estigma da loucura e dar o suporte à família, por meio dos Centros de Atenção Psicossocial - Caps", diz.

Ela conta que a sessão serviu também para tornar públicas as deficiências do setor, além da reivindicação do passe livre no sistema de transporte público para pacientes com transtorno mental. "O plenário estava cheio, muitos pacientes, estudantes da área de saúde mental e profissionais. Foi muito rica rico de depoimentos de pacientes e familiares. Mas tivemos muitas queixas relacionadas à falta de medicamento nos centros", revela.

A substituição pregada pela luta antimanicomial é representada principalmente pelos Caps, onde os pacientes – encaminhados pela rede de saúde do município ou de demanda espontânea - não ficam internados, mantendo o vínculo com a família e a sociedade. Lá, são acompanhados por equipes multidisciplinares formadas por psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, médicos, oficineiros e, em alguns casos, pedagogos e recreadores.

Fonte: A TARDE ONLINE